O ensino de qualidade
O ensino de qualidade

O ensino de qualidade

Na Finlândia que, de acordo com o PISA, possui a melhor educação do mundo, a reforma educativa demorou três décadas para acontecer, porém não foi uma revolução de algo surpreendente e milagroso, ao contrário, foi algo simples: o currículo.

Um currículo amplo que possibilite trabalhar as mais diversas competências e habilidades, esse foi o segredo do salto educacional da Finlândia. Hoje o ofício de ser professor nesse país é uma profissão altamente valorizada e necessita de no mínimo mestrado para lecionar, inclusive na educação básica.

No Brasil, nesse momento histórico, ocorre uma reforma educacional silenciosa, pois não se observa alarde sobre isso, porém, gradativamente, os resultados estão aparecendo. Uma melhora aqui outra, mais isolada, ali, porém sempre avançando.

Supomos que isso está acontecendo devido ao currículo que, de certa maneira é amplo, e possibilita a autonomia profissional, uma vez que quem organiza o conteúdo é o professor, nesse sentido, talvez haja um impasse, pois não adianta um currículo amplo e problemas no momento da organização do conteúdo, eis a grande ideia finlandesa: investimento na carreira docente.

Parece obvio! Sim é! Não adiante grandes investimentos na estrutura física, na educação no sentido destinar 10% do PIB, se não houver investimento no profissional, pois é ele que irá proporcionar o salto educativo.

Através de pesquisas que fizemos em outra situação, percebemos que um outro grande problema revela-se na educação no ensino médio, pois não existe uma identidade para esse nível de ensino, por dois motivos: na século passado, devido ao desenvolvimento industrial, necessitava-se de um ensino propedêutico voltado exclusivamente para o trabalho, isso é muito claro quando se estuda a evolução do sistema “S”; porém hoje, para os filhos dos trabalhadores, esse ensino já não atinge a realidade é necessário outro aspecto: um ensino para humanização.

Entre o ensino propedêutico e um ensino que favoreça a formação humana, não se tem nenhum, pois não existe defino claramente qual a identidade do ensino médio. Dai a proposta de ensino partir da identidade da região da escola, juntamente com o projeto político pedagógico. Porém, acreditamos que isso é redutor, pois é considerado apenas as atividades de determinada região. Como exemplo citamos o lugar onde lecionamos, é um local onde se predomina o pequeno comércio, como vendas, bares e pequenas lanchonetes. De acordo com a proposta educativa, todos os alunos da escola deveriam ser educados para a identidade daquela região. Algo inviável e impensável, pois, mesmo se fizermos isso, aquela região não atenderia as necessidades dos estudantes.

Nesse sentido, a construção da identidade do ensino médio é construída, sem dúvida, pela ideologia do professor, dai a ênfase na formação do docente, pois ele construirá os novos humanista, técnicos e operários no sentido amplo. Algo que acontece na Finlândia.